quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Escritos Irrevogáveis


Começando vou perguntar o porquê das pessoas optarem pelo silêncio. Talvez eu tenha ficado bastante tempo sem escrever neste blog, pelo fato de o “Escritor” não estar ali do lado incentivando, certificando de que tudo estava certo. Aliás, foi ele que me ensinou a entrar nesse mundo!

Criamos um mundo juntos, de ideias, de teorias, de pedaladas. Vivíamos pulando pelos jardins estrelados, correndo ao som do luar e vivendo intensamente cada intervalo de tempo. Discutimos sobre os amores, esses que nos deixavam tristes e alegres.

Eu não sou um renomado e famoso escritor, sou, como ele me ajudou a escolher o nome para este blog, um pensador insólito. Mas um pensador insólito que ficou calado quando deveria ter dito o quanto ele significava e significa. Passávamos horas diárias juntos.

Em épocas passadas pedalávamos em nossas máquinas, cortávamos o ar, ouvindo o som dos pássaros gritando, de celulares despedaçando. Olhávamos de um morro as luzes piscantes da cidade que completara a pouco 150 anos.

No entanto há algum tempo não sei se pelo que falei fez com que um fato tenha entrado em nossas vidas, a distância. Subitamente eu não estava mais lendo seus projetos, não estávamos mais sentados no banco da praça – de coração quadrado e formato triangular – olhando para as estrelas e nos perguntando o porquê de estarmos ali.

E nessa distância ele concluiu com ‘amplidão’ a sua ‘margem’ e lançou, por meio de um projeto no meio de versos e prosas, o seu livro. Debati-me com a hipótese de que eu poderia estar vendo a felicidade deste ser com o seu feito. Mas me deparei foi com a ideia de que eu estava longe demais para ver essa proeza.

Ganhei do criador um exemplar da obra, com alguns riscos cor do céu dizendo logo na primeira página:

“Espero que goste do livro!” V.R.R.

Espero que ele saiba, como conviveu comigo por bastante tempo, fiquei orgulhoso e feliz por ver aquelas letras gravadas e a coincidência do verde predominante neste presente recebido e no dado ao autor por volta de suas 16 primaveras. Mas com uma diferença, um foi teoricamente ‘estético’ e o outro foram linhas de uma vida, de uma história.

“Não são as respostas que movem o mundo e sim as perguntas”, deste modo não ‘sinceras’, mas verdadeiras e reais desculpas podem ser aceitas? Quero assumir a saudade de nossa convivência, e admitir meu erro. Talvez queira continuar no silêncio das palavras e talvez com certo racionalismo.
Estou tentando “rebuscar” o que perdi e saber o que fizemos nesse tempo, como o fato de você não ser mais “O Irrevogável”.

Estou revivendo o que você ajudou a criar, este blog, continuarei com poemas inexplicáveis, textos (dês)nexos, resumindo, insolitariedades. E isso é o que eu precisava dizer... “Porque é amor!”. Chegamos à 34.

Eu não sou o que estava sendo, eu simplesmente estive sofrendo sem mais conversas melodiosas, e sem a resposta sobre o que aconteceu à nós?